Imagem da Ciranda

POLIDEZ

Guardião Rogério Marques em 26/03/2023

“A polidez é a primeira virtude e, quem sabe, a origem de todas. É também a mais pobre, a mais superficial, a mais discutível. Será apenas uma virtude? Pequena virtude, em todo caso, como se diz das damas de mesmo nome. A polidez faz pouco caso da moral e a moral da polidez. Virtude puramente formal, virtude de etiqueta, virtude de aparato! A aparência, pois, de uma virtude, e somente a aparência.”
“Se a polidez é um valor, o que não se pode negar, é um valor ambíguo, em si insuficiente - pode encobrir tanto o melhor, como o pior – e, como tal, quase suspeito.”(*)
Diderot evoca em algum lugar a “polidez insultante” dos grandes, e também deveríamos evocar aquela, obsequiosa ou servil, de muitos pequenos. Seriam preferíveis o desprezo sem frases e a obediência sem mesuras. Há pior. Um canalha polido não é menos ignóbil que outro, talvez seja até mais.
No Sermão das montanhas, o Mestre nos ensina que felizes são os que se humilham, porque serão exaltados no Reino de Deus.
A verdadeira polidez reflete a virtude da bondade, da honestidade, da prudência, da clareza meridiana de nossos sentidos.
Sejamos pois verdadeiros e retos nas nossas atitudes, e, deixamos extrapolar os mais nobres e polidos sentimentos na arte de poetrixtar.

(*) Pequeno Tratado das Grandes virtudes, de André Comte-Sponville.

C001 - EM VOTAÇÃO
@Lorenzo

1
2
3

Pressione enter para pesquisar ou ESC para sair